Passava pelas proximidades de um belo riacho quando resolvi me aproximar… Para me refrescar, tão forte era o calor que fazia naquela época do ano nessa região. Enquanto sentia a água refrescar a garganta observei um pequeno peixe que se debatia na areia (o peixinho somos nós).
Não sabia quantos dias estava ali “encalhado” próximo à água que sentia saciar a minha sede. Observando aquele peixe, pensei que aquilo que o fazia sofrer não era a areia – ainda que estivesse muito quente. O que o fazia sofrer, de fato, era a proximidade da água. Sua salvação estava tão próxima, mas mesmo assim ele sofria.
Talvez seja por isso que aquilo que faz um prisioneiro sofrer não seja. A cela carcerária, mas sim a proximidade do espaço livre. Sofremos porque estamos muito perto daquilo que nos traria alívio.
Uma dor que se apresenta ao contemplarmos o que poderíamos ser tão somente se desse um passo a mais. A proximidade daquilo que não temos, mas gostaríamos de ter enche-nos de angústia e de dor.
Às vezes estamos tão próximos do desejado… Mas ainda não atingimos o ponto ideal. Contemplar de longe não é a mesma coisa que conquistar chegar e viver no lugar que contemplávamos.
Admirar a distância é prova irremediável de que estamos “encalhados” num imenso leito de areia. Suspiros de lamentação nos invadem, impedindo-nos de caminhar.
De que adianta um peixe ter diante dos olhos toda a água do oceano se ele está “encalhado” na areia?
Assim é a nossa vida.
Vivemos aos suspiros, lamentando o passo que não foi dado enquanto a água permanece bem ali à nossa frente. Erramos ao viver suspirando. Acertamos quando, após o último suspiro, resolvemos caminhar em direção à vitória. Não é fácil. Pois todos os dias eu preciso matar um Leão. Só que o meu bicho tem um nome: Depressão! Tem dias, que o túnel escuro me puxa. Não vou negar, que escorrego que caio dentro dele.
Mais, os poucos e verdadeiros amigos (as) que me sobraram estão sempre jogando a corda, agarro nela com dificuldades mais vou subindo de volta a vida. Graças ao Criador, recebo uma tarefa todos os dias, da minha irmã de outras vidas, ou mãe seja lá o que ela foi. O que importa é essa vida agora.
Ah, Morgana! Obrigada, obrigada, obrigada… Por você estar comigo! Como Você fala: Pará! Foco! Esqueça o que já foi!
Bem vamos à tarefa! Se eu posso! Vocês podem!
Em direção à libertação!
By Elizabeth França